sábado, 13 de dezembro de 2008

KIDFLUENCE: a influência das crianças nas compras em Shopping Centers (2)

É inegável o poder de influência das crianças. Esse fenômeno até tem um nome : KIDFLUENCE que é a força da influência das crianças nas próprias compras e nas da família. Estima-se que essa influência ultrapasse hoje a casa de 1 trilhão de dólares/ano no mundo.

Para os pais essa influência é mais conhecida como a doença do quero-aquilo-ite e os sintomas costumam ser: um choro forçado, um acesso de berros em pleno local de compra ou uma discussão estruturada com argumentos muito persuasivos.
Alias a doença sofreu uma evolução significativa nos últimos anos, pois a influência não se restringe somente ao produto, mas incorpora também a marca preferida. Estudo feito nos Estados Unidos mostrou que 90% dos pedidos das crianças ao Papai Noel são feitos com a indicação da marca desejada.
As causas dessa doença são: as facilidades de acesso das crianças à tecnologia e à informação e um sentimento dos pais que compensam a ausência com satisfação da vontade dos filhos.

Não se sabe se a doença tem cura

Mas existem algumas prevenções:

1. Dê exemplo de consumo consciente (pais que não conseguem conter o próprio impulso de compra não conseguirão ser boa influência para os filhos);
2. Explique as crianças valor do dinheiro e
3. Não sinta culpa por dizer NÃO.

Sobre a influência das crianças nas compras em Shopping Centers (1)

Pesquisa realizada em cinco cidades do estado de São Paulo, incluindo Sorocaba, buscou identificar o comportamento e o poder de influência das crianças nas decisões de compras em Shopping Centers, em famílias com renda entre 2000 e 10000 reais mensais.
Uma vez por mês e uma vez por quinzena são, respectivamente, as freqüências com que se costuma ir aos shoppings em família, e é de cerca de 90 reais a quantia gasta em cada uma dessas visitas. Desse valor, mais da metade – 51 reais – vai, em geral, para a alimentação, seguida da diversão, com 34 reais.
A pesquisa em questão mostrou, ainda, que as crianças, especialmente na faixa dos quatro aos onze anos, influenciam em metade das decisões de compra.
Agora, engana-se quem acredita que o poder da influência de compra se dá por insistência – com aquela criança que chora, grita e esperneia nas lojas, envergonhando os pais. Embora esse percentual seja alto na faixa dos quatro aos sete anos, a argumentação estruturada mostrou-se presente em 65% dos casos.
Explica-se aí, portanto, o fato dessa mesma pesquisa também apontar que, em razão de tamanha influência e poder de persuasão dos pequenos, os pais, quando das decisões de compra, preferem ir a Shopping Centers sozinhos ou acompanhados somente por adultos.

Sobre a invasão de privacidade

É, acabou mesmo a privacidade. A cada dia estamos mais expostos a sermos flagrados em diversas situações – algumas até vexatórias – por meio de registros em celulares, seja na forma de foto ou de vídeo.

Antigamente, quando havia uma batida de carros, por exemplo, a primeira coisa que o motorista fazia era se dirigir ao outro para “discutir”. Hoje, após a batida, os envolvidos sacam imediatamente os seus celulares e saem fotografando a pancada por todos os lados e ângulos.

Assim, o que era apenas um meio de comunicação entre as pessoas passou a incorporar diversas outras utilidades e virou meio de inclusão social digital.

Até o final deste ano, estima-se que teremos cerca de 170 milhões de celulares habilitados no país; isso significa 87 celulares para cada 100 habitantes.

As pessoas já associam a expressão “telefonia celular” a comunicação, família, filhos, namoro, amigos, trabalho e contas a pagar. Mas há a chance de a associarem também à cidadania, que é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito na vida em sociedade.

No livro 1984, George Orwell dizia que, no futuro, teríamos um Big Brother que observaria e controlaria todos. E o que se vê, na realidade, é justamente isso: a possibilidade de todos observarem todos.

Então fique atento! São três bilhões de celulares no mundo hoje, que tiram um bilhão e meio de fotos por ano. Como sair bem na foto? É simples: andando bem arrumado e não fazendo nada de errado.

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sobre o Mercado de Luxo

Embora não existam informações fidedignas acerca do tamanho do mercado de luxo no Brasil, estima-se que ele movimente entre 2,5 e 5 bilhões de reais por ano.

Formado – em sua maioria – por altos executivos do setor privado, por empresários, profissionais liberais e dirigentes do setor público, é um mercado essencialmente caracterizado como hedonista, ou seja, marcado pela busca do prazer individual e imediato. É composto, aqui no Brasil, por 1 milhão e duzentas mil famílias, as quais possuem renda mensal média de 23 mil reais.

Esse mercado está, hoje, dividido em três grandes grupos: o dos “novos ricos” – que ganham entre 11 e 50 mil e estão tendo acesso e começando a participar desse mercado; o dos “imitadores” – que ganham entre 51 e 100 mil e que buscam consumir produtos equivalentes aos da classe dominante; e, por fim, o grupo do “luxo inacessível” – composto por aqueles que ganham acima de 100 mil e que buscam conservar privilégios e manter o consumo de bens inacessíveis aos outros.
Todos são, também, fortemente orientados pela qualidade, pela aparência e pela exclusividade, e apresentam ainda um comportamento de consumo que está associado a quatro motivações:

1. Merecer
• Recompensar-se pelo esforço no trabalho e pelo stress em que vive;
• Adquirir itens de higiene pessoal, produtos para o corpo, conforto em spas, alimentos sofisticados e eletrodomésticos diferenciados.
2. Explorar
• Viver novas experiências e superar limites pessoais;
• Viajar a lugares exóticos, com carro off-road, equipamentos esportivos e velocidade.
3. Pertencer
• Construir e manter relacionamentos grupais;
• Freqüentar restaurantes, desfrutar de acessórios arrojados de cozinha (“espaço gourmet”), presentes e viagens – como cruzeiros marítimos.
4. Mostrar-se
• Demonstrar seu grau de sucesso e sofisticação;
• Exibir residências, roupas, jóias, carros, bebidas e viagens.

Mais da metade desse mercado está fixado no estado de São Paulo. O mapa das famílias ricas no país mostra que o nosso estado detém 58% delas.
3.137 dessas famílias estão em Sorocaba e 3.074 em Jundiaí, cidades que ocupam, respectivamente, a 38ª e a 40ª posições no Brasil.

E dois fatores justificam o fato desse mercado ser promissor, ainda que em tempos de crise:
1- Esse grupo tem reserva de dinheiro para manter o padrão de vida. Além disso, profissionalmente, os dirigentes de empresa são (em geral) os últimos a serem demitidos.
2 - Apesar de o Brasil ser um país pobre, não existe constrangimento moral, por parte desse grupo, em consumir produtos e marcas de luxo.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Sobre a Meia-entrada

Essa polêmica sobre o projeto de lei que tramita no Senado, referente à meia-entrada, pode parecer, à primeira vista, uma discussão singela sobre política e formação cultural dos nossos estudantes, e que tem várias partes envolvidas.

Produtores de teatro e atores defendem que a meia-entrada reduz o faturamento dos espetáculos, e que por isso o preço do ingresso é tão alto.

Donos de cinema argumentam que existe muita falsificação desse documento, o que torna “incontrolável” esse benefício.

Os estudantes ponderam que, sem a meia-entrada, não terão mais como freqüentar eventos, cinema ou teatro. Já as entidades estudantis reivindicam o direito de emissão das carteiras de estudante como única fonte de receita para suas atividades.

Mas, afinal, por que tanta discussão?

É simples: do total de público que freqüenta cinema, 58% têm entre 26 e 30 anos – exatamente o público estudante. Número, esse, que provavelmente é semelhante ao de espetáculos teatrais e outros eventos. Qualquer possibilidade de redução de desconto a esse público significaria, portanto, forte aumento de receita.

Outro aspecto relevante é que o Brasil tem hoje, só no ensino médio e universitário, cerca de 13 milhões e meio de estudantes. Imaginando-se que a emissão de cada carteira estudantil custe 30 reais, chegaríamos a um negócio que vale nada menos que 405 milhões de reais, só no fornecimento desse documento.

O projeto que vai a votação no Senado, por sua vez, limita a 40% do total de ingressos de um espetáculo o que deve ser vendido como “meia-entrada”. Mas como ter a certeza de que essa cota será cumprida e de que o direito dos estudantes será preservado?

Enfim, parece-me que muita gente vai sair ganhando com esse projeto, e, provavelmente, não serão os estudantes.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Sobre Fusões de bancos

Dias atrás foi a fusão entre o Itaú e o Unibanco. Ontem, o Banco do Brasil comprou a Nossa Caixa.

Isso, na linguagem empresarial, chama-se “concentração de mercado”, e é uma realidade mundial. Num mercado que não cresce como no passado, a saída para aumentar os lucros é diminuir o número de concorrentes.

A concentração bancária no Brasil já mostra alguns números do seu poder: hoje 75,2 % dos ativos do sistema bancário do país estão nas mãos de apenas cinco instituições.

Além de criar gigantes de mercado, que impacto isso traz a mim ou a você?

É simples! O lucro dos bancos vem, basicamente, de duas fontes: empréstimos e serviços bancários, que são, entre outras coisas, a cobrança de tarifas de cadastro, renovação de cadastro, cartão, cheque, cheque especial, saques, depósitos, extrato, transferência, DOC, TED e operações de crédito.
Num mercado com muitos concorrentes, os bancos conquistam clientes, então, com tarifas e taxas menores e com melhor atendimento.

Assim, diante dessa concentração de mercado, eles podem ficar mais à vontade para cobrarem mais pelos serviços e oferecerem um atendimento não tão qualificado, pois o risco de nos perderem como cliente fica muito, muito pequeno.

quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Sobre o Dia da Consciência Negra

Zumbi foi o líder do Quilombo dos Palmares, maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta pela liberdade. Fora assassinado e decapitado no dia 20 de novembro de 1695, e sua cabeça foi exposta na Praça do Carmo, em Recife. A data da morte de Zumbi foi, então, escolhida para comemorar o “Dia da Consciência Negra”.
Qualquer discurso que se faça hoje corre o risco de parecer piegas ou de reforçar um preconceito disfarçado.
Mesmo assim, de minha parte, vou usar este dia para refletir sobre a opressão imposta não só aos negros, mas a qualquer povo que, nos dias de hoje, ainda vive escravizado. Vou aproveitá-lo, também, para reler Darcy Ribeiro, que diz que “como povo estamos nos construindo na luta para florescer amanhã como uma nova civilização mestiça e tropical, melhor porque incorpora em si mais humanidades, mais generosa porque está aberta à convivência com todas as raças e todas as culturas e porque está assentada na mais bela e luminosa província da terra”.