É, acabou mesmo a privacidade. A cada dia estamos mais expostos a sermos flagrados em diversas situações – algumas até vexatórias – por meio de registros em celulares, seja na forma de foto ou de vídeo.
Antigamente, quando havia uma batida de carros, por exemplo, a primeira coisa que o motorista fazia era se dirigir ao outro para “discutir”. Hoje, após a batida, os envolvidos sacam imediatamente os seus celulares e saem fotografando a pancada por todos os lados e ângulos.
Assim, o que era apenas um meio de comunicação entre as pessoas passou a incorporar diversas outras utilidades e virou meio de inclusão social digital.
Até o final deste ano, estima-se que teremos cerca de 170 milhões de celulares habilitados no país; isso significa 87 celulares para cada 100 habitantes.
As pessoas já associam a expressão “telefonia celular” a comunicação, família, filhos, namoro, amigos, trabalho e contas a pagar. Mas há a chance de a associarem também à cidadania, que é o conjunto de direitos e deveres ao qual um indivíduo está sujeito na vida em sociedade.
No livro 1984, George Orwell dizia que, no futuro, teríamos um Big Brother que observaria e controlaria todos. E o que se vê, na realidade, é justamente isso: a possibilidade de todos observarem todos.
Então fique atento! São três bilhões de celulares no mundo hoje, que tiram um bilhão e meio de fotos por ano. Como sair bem na foto? É simples: andando bem arrumado e não fazendo nada de errado.