quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sobre o Mercado de Luxo

Embora não existam informações fidedignas acerca do tamanho do mercado de luxo no Brasil, estima-se que ele movimente entre 2,5 e 5 bilhões de reais por ano.

Formado – em sua maioria – por altos executivos do setor privado, por empresários, profissionais liberais e dirigentes do setor público, é um mercado essencialmente caracterizado como hedonista, ou seja, marcado pela busca do prazer individual e imediato. É composto, aqui no Brasil, por 1 milhão e duzentas mil famílias, as quais possuem renda mensal média de 23 mil reais.

Esse mercado está, hoje, dividido em três grandes grupos: o dos “novos ricos” – que ganham entre 11 e 50 mil e estão tendo acesso e começando a participar desse mercado; o dos “imitadores” – que ganham entre 51 e 100 mil e que buscam consumir produtos equivalentes aos da classe dominante; e, por fim, o grupo do “luxo inacessível” – composto por aqueles que ganham acima de 100 mil e que buscam conservar privilégios e manter o consumo de bens inacessíveis aos outros.
Todos são, também, fortemente orientados pela qualidade, pela aparência e pela exclusividade, e apresentam ainda um comportamento de consumo que está associado a quatro motivações:

1. Merecer
• Recompensar-se pelo esforço no trabalho e pelo stress em que vive;
• Adquirir itens de higiene pessoal, produtos para o corpo, conforto em spas, alimentos sofisticados e eletrodomésticos diferenciados.
2. Explorar
• Viver novas experiências e superar limites pessoais;
• Viajar a lugares exóticos, com carro off-road, equipamentos esportivos e velocidade.
3. Pertencer
• Construir e manter relacionamentos grupais;
• Freqüentar restaurantes, desfrutar de acessórios arrojados de cozinha (“espaço gourmet”), presentes e viagens – como cruzeiros marítimos.
4. Mostrar-se
• Demonstrar seu grau de sucesso e sofisticação;
• Exibir residências, roupas, jóias, carros, bebidas e viagens.

Mais da metade desse mercado está fixado no estado de São Paulo. O mapa das famílias ricas no país mostra que o nosso estado detém 58% delas.
3.137 dessas famílias estão em Sorocaba e 3.074 em Jundiaí, cidades que ocupam, respectivamente, a 38ª e a 40ª posições no Brasil.

E dois fatores justificam o fato desse mercado ser promissor, ainda que em tempos de crise:
1- Esse grupo tem reserva de dinheiro para manter o padrão de vida. Além disso, profissionalmente, os dirigentes de empresa são (em geral) os últimos a serem demitidos.
2 - Apesar de o Brasil ser um país pobre, não existe constrangimento moral, por parte desse grupo, em consumir produtos e marcas de luxo.